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A vaidade e o mercado masculino

Ícones de beleza desde a Idade Antiga – nas civilizações grega, roma e egípcia –, os homens sempre cultivaram hábitos relacionados à vaidade e ao cuidado com a aparência. A evolução dos produtos para higiene e embelezamento da pele, pelos e cabelos se alinhou às mudanças da sociedade e do comportamento masculino ao longo da história – dos períodos de maior austeridade aos de proximidade com o universo feminino.

O histórico dos produtos cosméticos utilizados pelos homens tem como ponto de partida o ato de se barbear. Tudo começou quando o homem de Neandertal, por volta do ano 100.000 a.C., começou a prender os cabelos, pintar e tatuar o corpo e arrancar os pelos da face usando conchas como pinças – como sugerem pinturas encontradas em cavernas. As mais antigas lâminas para barbear datam de 30.000 a.C. Eram provavelmente lâminas de pederneira, pedra que poderia ser polida até formar uma extremidade afiada, que servia para raspar a pele. Outras lâminas de barbear, feitas de forma mais elaborada, surgiram por volta de 1.200 a.C., na Escandinávia. Escavações em sepulturas revelaram achados arqueológicos, como navalhas guardadas dentro de embalagens de couro. Lâminas de bronze traziam cenas mitológicas e empunhaduras esculpidas em formato de cabeça de cavalo.

Durante as primeiras dinastias egípcias, aristocratas barbeavam seus rostos e raspavam suas cabeças, para uma aparência limpa e asseada. Corpos e rostos lisos e depilados indicavam riqueza e poder. No Egito Antigo, era comum o uso diário de cremes e óleos perfumados no corpo, para perfumar e proteger a pele. Para purificar o hálito, egípcios mastigavam bolinhas de folhas aromáticas.

Na Grécia Antiga, cultivar a barba era sinal de força, coragem e sabedoria. Já os romanos tinham à sua disposição criados encarregados de barbeá-los. Eles também visitavam o “tonsor” (barbeiro). A lâmina de ferro usada pelo barbeiro perdia o fio rapidamente, o que favorecia a ocorrência de cortes. O tonsor cuidava do problema aplicando sobre a face do cliente uma máscara calmante e cicatrizante, composta por unguentos perfumados e teias de aranha saturadas em óleo e vinagre. Ainda na Roma Antiga, cremes hidratantes eram formulados com leite de mamíferos e óleos vegetais, como os de gergelim, oliva, palma e amêndoas. Os perfumes traziam notas de musk, tomilho, mirra e resina de olíbanum – o nome tem origem na expressão “óleo do Líbano”.

Para tingir os cabelos, os romanos usavam henna, sangue de vaca ou pequenos girinos esmagados em óleo vegetal morno. Era comum a perda dos fios, em razão do uso de preparados extremamente cáusticos – o que contribuiu para que as perucas virassem moda. Perfumes e cosméticos deixaram de ser usados durante a Idade Média e voltaram a fazer parte da rotina masculina – de maneira mais significativa – muito tempo depois, após a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918).

Aliados para o ritual da barba

Em 1770, surgiu a primeira navalha considerada segura, com um cabo de proteção dobrável. O criador foi o francês Jean-Jacques Perret. Pouco mais de 100 anos depois, em 1895, o norte-americano King Camp Gillette, funcionário da Companhia de Selos de Baltimore, inventou o “safety razor” (barbeador seguro).

A ideia foi criar uma lâmina de aço pequena, eficiente e descartável. O inventor – que não conseguiu convencer os industriais da época a investirem na novidade – contou com a ajuda do engenheiro mecânico William Nickerson para produzir, em escala industrial, o primeiro aparelho de barbear. O produto consistia em uma fina lâmina de aço com duas extremidades, colocada entre duas chapas e presa por um cabo em forma de “T”. O produto transformou o ato de fazer a barba – até então delicado e restrito às barbearias – em um hábito popular e presente no cotidiano masculino.

Muitos homens aproveitam o banho para fazer a barba, e o sabonete, durante muito tempo, foi usado como lubrificante, facilitando o deslizamento do aparelho de barbear. Nos últimos anos, algumas empresas desenvolveram sabonetes em barra com cremosidade e emoliência adequadas a essa finalidade.

Os primeiros sabões eram formulados com sebo animal saponificado com soda (hidróxido de sódio ou potássio) e parcialmente neutralizado com cal natural. Com a evolução do desenvolvimento do produto, o sebo animal foi sendo substituído pelos ácidos graxos

purificados (esteárico e mirístico) e pelos óleos vegetais. Em 1878, os norte-americanos Harley Procter e James Gamble produziram o sabonete, cuja composição trazia ácidos graxos mais puros.

Nos anos 1950, a Gillette apresentou ao mercado uma variante do sabão de barbear na forma de creme – o Gillette Foamy. Não havia muitas diferenças técnicas em relação à formulação do sabão, exceto pela adição de mais água e um equilíbrio aperfeiçoado nos sais de ácidos graxos, priorizando aqueles formados pelo íon potássio, que são mais molese fluidos.

Aos poucos, a glicerina presente em cremes para barbear passou a compartilhar a atividade umectante nessas formulações com ingredientes mais inovadores, como tamarindo e algas marinhas. Desde o início desse tipo de composição, a sensação de refrescância é predominante, com notas de pinho, eucalipto ou menta.

O creme de barbear em aerosol ganhou visibilidade no mercado a partir das inovações tecnológicas nas embalagens – que inicialmente eram compostas por folha de flandres e eram “atacadas” pelo pH alcalino das formulações – e pelas novas embalagens de alumínio moldado, mais resistentes. Os primeiros produtos pós-barba eram formulados com alta concentração de álcool etílico e fragrâncias refrescantes mentoladas. Esse tipo de produto, utilizado durante muito tempo por consumidores mais tradicionais, perdeu espaço para a loção cremosa pós-barba com efeito cicatrizante e calmante, formulada com extratos vegetais, componentes anti-inflamatórios e ceramidas.

Entre o final do século passado e o início deste, cresceram as opções de géis de barbear. Compostos por agentes gelificantes (carbopol e hidroxietilcelulose), eles normalmente integram linhas de produtos para peles sensíveis e de maior valor agregado. Os homens também passaram a contar com as propriedades anti-irritante, refrescante, calmante, hidratante e reconstrutora da camada lipídica protetora, em produtos com formulação leve para o barbear e o pós-barba. As linhas ainda agregaram itens para a esfoliação da pele – além de remover impurezas e células mortas, a proposta é facilitar o próprio ato de barbear.

Cabelos

Originalmente, sabão e shampoo eram produtos muito similares. O shampoo surgiu na Alemanha, no final do século 19, e, após a Primeira Guerra Mundial, passou a ser comercializado em grande escala. O produto é considerado um dos mais usados pelo homem moderno – com destaque para as opções anticaspa e para cabelos oleosos. Historicamente, ele começou a ser usado em substituição ao sabão em barra.   Há alguns anos, seguindo a tendência da multifuncionalidade, chegaram ao mercado as opções de shampoos masculinos para cabelo e corpo.

Diversidade de opções

Séruns com ação revitalizante e reafirmante para o contorno dos olhos, produtos para aliviar os sinais de cansaço, para rugas profundas, hidratantes com efeito tensor… São muitas as opções de produtos antienvelhecimento voltadas ao público masculino na atualidade.No Brasil, somente a partir dos anos 1990 os homens se tornaram consumidores desse tipo de produto. Na virada no século, linhas para barbear começavam a incluir na rotulagem, além de benefícios como hidratação e refrescância, referências ao conceito de prevenção ao envelhecimento precoce. Esse panorama inclui o lançamento de cremes antirrugas, produtos específicos para a área dos olhos e fluidos faciais. Os atributos dessa nova safra de produtos são apresentados de forma direta e objetiva. O foco está na funcionalidade e na manutenção da boa aparência da pele. As mudanças no comportamento masculino ainda abrangem a adesão aos spas, clínicas de estética e espaços que oferecem uma ampla variedade de serviços, como limpeza de pele, peeling, aplicações da toxina botulínica like, e tratamentos corporais, como os voltados à perda de gordura localizada e ao combate à flacidez.

Nos últimos dois anos, a vaidade masculina impulsionou, no Brasil, um boom de salões voltados exclusivamente aos homens. Depois de quase entrar em extinção, essas novas barbearias incorporaram elementos inusitados ao ambiente, como geladeiras, chopeiras e máquinas de café expresso. No melhor estilo “coisa de macho”, esses salões servem cerveja e doses de whisky, além de disponibilizar videogames e outros jogos aos clientes. São novas apostas do mercado para manter velhos hábitos.

Em ritmo de crescimento

Já vai longe o tempo em que a maioria dos homens usava o shampoo que estivesse disponível no banheiro. Por esta e outras razões que aquecem o mercado de produtos masculinos, dizer que os homens estão cada vez mais vaidosos virou lugar-comum. Eles se afirmam como exigentes consumidores de produtos para beleza e cuidado pessoal, num movimento que vai muito além de rótulos ou modismos – apenas porque se cuidar faz bem.    Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios– PNAD 2014, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em novembro de 2015, a população brasileira totaliza 203,2 milhões de habitantes. Os homens correspondem a 48,4% desse total. A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) informa que, nos últimos cinco anos, o segmento de pro dutos masculinos cresceu 16%. Somos o segundo maior mercado consumidor de cosméticos masculinos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Euromonitor estima que esse mercado manterá um ritmo de crescimento de 7,1% ao ano no Brasil até 2019. Caso essa expectativa se concretize, em quatro anos, o país se tornará o maior mercado de cuidados pessoais para homens, movimentando

US$ 6,7 bilhões e superando os Estados Unidos, que chegarão a US$ 6,4 bilhões.

No estudo “Men’s Grooming”, a Euromonitor aponta que os brasileiros ainda demonstram hábitos tradicionais no consumo de itens de beleza e cuidado pessoal, com foco em desodorantes e produtos para barbear. Segundo a consultoria, essas categorias de produtos, somadas, representaram 57% das vendas de cosméticos masculinos em 2015. De acordo com a Abihpec, o segmento de cosméticos masculinos cresceu 2,4% em 2015, representando mais de R$ 21 milhões no faturamento total do setor. A análise das subcategorias revela que as fragrâncias correspondem a 42% do mercado. Na sequência, estão os produtos para barbear, com 32%, e os itens de cuidado pessoal, com 26%.

O Instituto Qualibest produziu uma pesquisa para a entidade, sobre os hábitos de consumo do brasileiro. O levantamento apontou que 43% dos homens entrevistados consideram-se “supervaidosos”. “Quando questionados sobre o que significa a vaidade masculina, a maioria dos homens respondeu que ela está ligada à valorização da autoestima e ao cuidado com a saúde e o bem-estar”, comentou Raul Porto, executivo da Qualibest, em um workshop sobre o mercado masculino, promovido pela Abihpec.  A pesquisa da Qualibest revela que 54% dos entrevistados frequentam regularmente salões de beleza e barbearias. Entre as curiosidades apontadas pelo levantamento está o aumento da procura por produtos específicos, como maquiagens com efeito corretivo, cremes depilatórios para o corpo e novos itens para o cuidado da barba.

Vale ressaltar que os hábitos de consumo dos homens brasileiros também estão alavancando serviços – como as novas barbearias, totalmente repaginadas – e impulsionando a criação de sites especializados, que oferecem não apenas a venda de produtos, mas também conteúdos relevantes ao universo masculino.

Inovações e tendências

Praticidade, multifuncionalidade, sensação de frescor e toque seco são alguns dos atributos valorizados pelos homens, que aos poucos estão incorporando novos hábitos à rotina de cuidados com a aparência. As particularidades da pele e dos cabelos masculinos, somadas às suas demandas e tendências comportamentais, sinalizam diversas possibilidades de inovação

para o setor. A estrutura da pele masculina é idêntica à da feminina. No entanto, a composição hormonal e os fatores que determinam o seu envelhecimento são diferentes. A pele do homem é mais espessa e oleosa, e envelhece em ritmo mais lento, graças à maior produção de fibras elásticas e de colágeno.

Nos homens, a pele apresenta maior quantidade de glândulas sebáceas, e estas trabalham mais ativamente (50% a 60% a mais em relação às mulheres), estimuladas pelo hormônio testosterona. Essa característica gera mais oleosidade e evita o ressecamento. Por outro lado, a pele masculina é mais propensa ao aparecimento da acne.

Há presença de folículos pilosos com pelos terminais e poros mais abertos. O homem ainda possui uma camada córnea mais espessa, localizada na epiderme, que age como uma barreira de proteção, impedindo a perda de água e de outros nutrientes. Quanto ao ato de fazer a barba, ao mesmo tempo em que essa rotina pode ser agressiva para a pele, ela realiza uma espécie de esfoliação mecânica. “Isso contribui para uma se faça uso de produtos adequados no processo pós-barba”, comenta o farmacêutico-bioquímico Alberto Keidi Kurebayashi, diretor da Protocolo Consultoria. A pele masculina varia entre oleosa, sensível, seca e mista, mas essas diferenciações não são tão acentuadas como nas mulheres.

O cabelo do homem é mais encorpado e menos poroso do que o da mulher. Assim como a pele, os fios também são mais oleosos, o que aumenta a necessidade de cuidados para evitar desconfortos – como a caspa – e garantir a sensação de limpeza e refrescância.

A linha Adélia Mendonça desenvolveu produtos especificamente para a pele masculina, que atendem dos homens mais vaidosos aos mais básicos. Confira:

GENTLEMAN’S BEARDOIL, um bio oil facial para barba com multibenefícios: tônico reequilibrante do pH cutâneo, antisséptico, anti-inflamatório, cicatrizante, previne a foliculites e irritação no pós barbear. Hidrata, repõe lipídeos importantes para a integridade dérmica, através de uma rápida absorção e excelente sensorial, conferindo total proteção no pré e pós barbear e no uso diário sobre os fios que compõe a barba ou bigode. Elaborado com um inédito blend de 10 óleos hidratantes essenciais, filtro solar e manteigas umectantes. Sua função primordial é proteger, condicionar, alinhar e hidratar os pelos faciais que compõe a barba, assim como nutrir a pele desvitalizada do homem.

ACTIVE 4 DOUCHEGEL apresenta a tecnologia 4 em 1: um banho refrescante, um shampoo hidratante, uma emulsão de limpeza facial e um gel de barbear espumante, combinados em um único produto. Versatilidade para a limpeza e tratamento de pele e fios (cabelo/barba) do homem, com uma associação de ativos que promovem limpeza profunda, hidratam, regeneram, acalmam e adstringem. Combinação única que promove o equilíbrio das necessidades de todos os biotipos cutâneos. Prático como os homens gostam, intenso como eles precisam.

L&S HIDRACTION GEL, um gel hidratante formulado especialmente para as peles masculinas. Sua composição oferece cuidado cosmético e ampla proteção à pele. Com FPS 30, seus filtros UVA+++ e UVB protegem contra as radiações solares. Além disso, ele controla a oleosidade da pele graças à consistência gel e concentração de ativos anti-irritantes, bactericidas e cicatrizantes. Ideal para uso pós-barba pois acalma a pele e evita a foliculite (inflamação do folículo capilar).

THE MAN BOX – JACK DANIEL’S E BEARD OIL. Estojo man care com um beardoil e uma garrafa miniatura 50mL de whisk Jack Daniels. Mais uma novidade específica para o cuidado diário do novo homem do século XXI.

HAIR FOOD – Dentro do conceito de tratamento clínico capilar para o fortalecimento de fios, ação antiquedas e anti- alopecia, a linha Adélia Mendonça Cosméticos apresenta Hair Food HAIR+CEUTICALS, um nanotônico terapêutico de alta potência que associa em sua composição fatores de crescimento bioidênticos com agentes capilares naturais e biotecnológicos que garantem um efeito funcional e abrangente na melhoria da saúde do cabelo e da condição do couro cabeludo, estimulando e fortalecendo seu crescimento a partir do bulbo folicular.

THERAPY BOOSTER SHAMPOO – Shampoo nanotecnológico com fatores de crescimento e tecnologia de nanopartículas de ação fortificante bulbar. Sua fórmula exclusiva reúne as mais modernas tecnologias capilares aos fatores de crescimento bioidênticos para a promoção do fortalecimento dos folículos e manutenção do crescimento saudável dos cabelos, mantendo sempre sua hidratação e maciez. São mais de 15 ativos funcionais em altas concentrações. Seus ativos atuam diretamente no bulbo capilar, reestabelecendo a microcirculac?a?o do couro cabeludo deficiente, atrofia folicular causada por di-hidrotestosterona (DHT) e envelhecimento do folículo. Ainda, os complexos vegetais lipossomados atuam no estímulo ao crescimento contínuo dos fios, aumentando a densidade dos cabelos, reduzindo sua queda e aumentando sua maleabilidade.

BONÉ PHOTON HAIR+CEUTICALS– Dispositivo que promove a Terapia de Fotobiomodulação (PDT) – método de terapia de luz que utiliza formas não ionizantes de fontes de luz no espectro visível e infravermelho, tratando a queda de cabelos, estimulando o crescimento e fortalecimento dos fios, aumentando assim a vitalidade destes. Um tratamento associado com dermocosméticos específicos para tratamentos de alopecias, quedas e envelhecimento dos fios. O aparelho vem programado com 12 minutos por ciclo de uso, podendo ser utilizado diariamente. Indica-se um intervalo mínimo de 5 horas entre uma e outra aplicação. ?

Fonte: Cosmetics Online Brasil

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