Os orientais já conhecem seus benefícios para a saúde há séculos, mas o Brasil e o resto do Ocidente só recentemente despertaram para as inúmeras qualidades do ginkgo biloba.
A planta é hoje reconhecida pela fitocosmética como uma das mais importantes aliadas na batalha contra o envelhecimento cutâneo, graças a sua capacidade de combater os radicais livres.
Na medicina chinesa, o primeiro registro relativo ao ginkgo biloba tem cerca de 5 mil anos. Mas sua origem data de mais de 200 milhões de anos, na era Paleozóica, o que significa que até os dinossauros conviveram com ele.
Até hoje, em países como China e Índia, costuma-se plantá-lo ao redor de templos budistas, como proteção. A mais impressionante demonstração de sua capacidade de sobrevivência e adaptação foi registrada no Japão, onde um pé de ginkgo biloba foi a primeira forma de vida a voltar a crescer após os bombardeios nucleares em Hiroshima e Nagasaki. Altamente resistente a bactérias, vírus e também à poluição ambiental, a espécie pode viver mais de dois mil anos e chegar a 40 metros de altura!
As muitas aplicações na cosmética
A medicina ocidental começou a pesquisar esta planta milenar primeiro através do extrato retirado de suas folhas, nos anos 60 do século passado, na Alemanha. Atualmente existe bastante literatura científica sobre o assunto.
Só mais recentemente a medicina estética se debruçou sobre sua ação antirradicais livres, obtida graças a substâncias chamadas flavonoides, que agem sobre os vasos capilares, melhoram a irrigação sanguínea e combatem os radicais livres. Hoje se sabe que o envelhecimento cutâneo está diretamente ligado ao aumento dessas moléculas que, ao se desestabilizarem, provocam a oxidação (degeneração) celular.
As propriedades do ginkgo biloba são múltiplas. Ao lado da ação antioxidante pode-se destacar sua atuação no combate a irritações e inflamações, alergias e dermatites de contato. Como antisseborreico, é indicado para combater a oleosidade da pele acneica e também para ativar a microcirculação, suavizando pequenas veias que ficam visíveis no rosto. Além disso possui capacidade de preservar as fibras de colágeno e de inibir a despolimerização do ácido hialurônico.
Há registros ainda de seu uso como atenuante de edemas e manchas e para regular o metabolismo da pele seca e desidratada. Por normalizar a circulação periférica, ele é também indicado no tratamento da celulite e da adiposidade e no controle da queda de cabelos.
Ao penetrar na pele, o ginkgo promove uma vasodilatação, o que melhora a circulação sanguínea e explica todas as ações benéficas para a pele.
O aumento da vascularização retarda naturalmente o processo de envelhecimento cutâneo. Produtos para a pele à base de ginkgo podem ser utilizados a partir dos 25 anos, já que sua ação é preventiva. Ele é muito bem tolerado por todos os tipos de peles e não apresenta contra indicações. Muda-se apenas o veículo para a manipulação do extrato – gel para peles oleosas, creme para as secas e óleo para aplicação no corpo. Pode-se usar o ginkgo diariamente, já que ele não oferece risco se utilizado antes da exposição solar. Vale lembrar que o produto, na forma de creme ou gel, não substitui o filtro solar.
Os riscos da automedicação
Apesar de os usos e vantagens do ginkgo biloba serem bastante amplos, é bom lembrar que ele só deve ser utilizado com recomendação médica. É importante salientar também que as cápsulas e o extrato de ginkgo biloba para uso interno não são produtos milagrosos para a memória, e não deveriam ser amplamente comercializados em lojas de produtos naturais.
A fitoterapia, quando mal indicada, também pode acarretar riscos para a saúde. A substância ativa do extrato, denominada ginkgosídeo, provou, em recentes pesquisas, melhorar a circulação sanguínea e a capacidade de memória e aprendizagem. Mas, se ingerido de forma errada, ou em super dosagem, o ginkgo biloba pode causar riscos de sangramentos indesejados.